06 jul Seja Profissional de “Mercado”
Quando iniciamos nossas carreiras em nosso primeiro emprego, é muito comum queremos ser o profissional modelo da empresa, isso por sua vez é muito bom, nos esforçamos cada vez mais para sermos melhores no que fazemos, visando consequentemente sermos reconhecidos e assim atingir outros cargos e níveis de responsabilidade dentro da empresa e assim construirmos nossa “carreira profissional”. Mas até que ponto isso deixa de ser benéfico e passa a ser prejudicial? E atualmente o quanto isso tem surtido efeito para nossa satisfação e desejos profissionais?
O fato é que você ainda pensa dessa forma, talvez ninguém tenha lhe falado, que o posicionamento profissional e das empresas nos últimos anos tem mudado drasticamente. Eu costumo dividir isso em dois modelos de posicionamento. Vejamos abaixo:
Modelo tradicional (Analógico)
Este modelo por sua vez, é o modelo que todos nós conhecemos e aprendemos durante a nossa vida, no qual nossos pais e avós nos ensinaram, e deram como exemplo seu trabalho e sua carreira profissional. O que caracteriza o modelo tradicional é justamente seu, onde você tinha empresas que operam de forma totalmente manual, seus processos e sua organização eram construídos sob uma visão metódica e repetitiva, não se podia contar com o apoio da tecnologia, até porque o uso de computadores era mais voltado aos centro científicos e meios acadêmicos e internet ainda viria a ser realidade ao passar dos anos.
A questão principal é que o conceito de produtividade estava vinculado totalmente ao modo operacional, e neste aspecto as empresas moldavam seus profissionais sob essa ótica, e por muitos anos isso funcionou, talvez não da forma mais eficiente, mas funcionou. Você tinha profissionais totalmente operacionalizados em diversos níveis e cargos da empresa, incluindo até mesmo a diretoria, ou seja, o conceito de gestão ainda estava engessado a este único modelo. Logo construir uma carreira, partia do princípio que quanto mais você entendia dos processos operacionais da empresa mais você se tornava uma engrenagem de toda a operação e organização e consequentemente poderia alcançar outros níveis dentro dessa cadeia.
Modelo experimental (Digital)
Já o modelo digital, é o ponto aonde queria chegar, com o passar do tempo e o avanço da tecnologia, muitas coisas mudaram ou melhor se transformaram, em todos os cenários possíveis. O fenômeno deve acontecer a pouco tempo, se pararmos para pensar, questão de uma década, onde cada vez mais, a tecnologia tem nos mostrado seu ápice, transformando e quebrando muitos paradigmas que até então se estendiam por muitos anos.
Começamos a ter mais acesso a uma massa de informações diariamente, a nossa forma de consumir e produzir mudou, nossa cultura e as nossas gerações futuras estão se adaptando cada vez mais de forma acelerada a esse novo mundo digital, isso mostra um rompimento no tradicionalismo cultural, social e comportamental.
A forma como as empresas estão se estruturando e organizando, tem impactado e mudado a visão do mercado, por sua vez deixaram de operar sob a ótica operacional e sim experimental, ou seja, o foco não está em aumentar a produção e ou apenas oferecer os mesmos tipos de serviços, mas sim em trazer um conjunto de experiências que agreguem valor na entrega final. Essa questão toda de “experimental” muda não somente a visão como as empresas se comportam como também toda a sua estrutura organizacional.
Com isso podemos entender o surgimento das diversas ferramentas e metodologias tais como: Design Think User Experience (UX), User interface, Customer Success (CS), Customer Experience (CX), Metodologias ágeis: como Scrum, XP, Kanban, entre muitas outras. Todas essas ferramentas e metodologias têm expressado o posicionamento do mercado e das empresas para conseguir adaptar-se a esse novo cenário, criando uma ruptura no modelo tradicional.
Entender os impactos desse modelo é fundamental, pois visto todas essas transformações, podemos concluir que o mindset profissional mudou e se adaptou a esse novo cenário. O posicionamento profissional deixou de ser operacionalizado e ganhou mais destaque e importância dentro das organizações, adotamos um perfil de colaboração coletiva dentro de equipes e times a fim de transformar os negócios, e fortalecer parcerias, estamos mais presentes e compartilhamos ideias em busca de soluções que atendam e agreguem valor aos negócios. Essa mudança comportamental impacta nossa forma de pensar, de organizar e gerenciar. Passamos a ser agentes transformadores que contribuem ativamente para o surgimento de novas soluções, resultando em um motor de inovação contínua.
Vejamos os aspectos que são divergentes entre ambos os modelos, são gigantescos, que por sua vez são determinantes na formação do nosso posicionamento profissional em resposta a estas transformações. Pensar no modelo analógico, torna-se muitas vezes cômodo e pode até parecer mais seguro, mas na verdade isso nos torna incompatíveis com o mercado, independe de nossa formação acadêmica e até mesmo das nossas experiências profissionais já construídas ao longo dos anos, o que cabe a nós é reinventar-se continuamente, pois esse é o verbo do futuro e consequentemente das muitas oportunidades, que este novo cenário digital pode nos proporcionar e melhor que isso ter uma carreira exponencial e voltada para o mercado.
Cabe a você fazer a seguinte reflexão: Como tenho construído meu mindset?
De modo Analógico ou Digital